A nova Revolução Verde

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A agricultura é uma atividade milenar, praticada há mais de dez mil anos pelo Homem. Este conjunto de técnicas capaz de produzir alimentos, bebidas, fibras, energia e matéria-prima para roupas, construções, medicamentos e ferramentas teve seu desenvolvimento acompanhado da evolução humana, sofrendo diversas mudanças e aprimoramentos ao longo do anos.

A situação atual da sociedade moderna força a agricultura a se reinventar a cada geração, seguindo as tendências mundiais e tornando-a cada vez mais conectada e tecnificada, buscando alcançar maiores patamares de produtividade, utilizando uma área reduzida e aumentando a área preservada.

A tecnologia na agricultura

Durante o período da Segunda Guerra Mundial, a intensa disputa territorial, intelectual e científica entre os países envolvidos, desencadeou o desenvolvimento de diversas técnicas de produção agrícola, iniciando um movimento que culminou na Revolução Verde. Iniciada na década de 50, consistia em iniciativas tecnológicas para a criação de um conjunto de técnicas químicas capazes de dar maior resistência às plantações, otimizando também os métodos de manejo da produção.

A Revolução Verde baseou-se nas seguintes técnicas:

· Melhoramento genético;

· Mecanização da produção;

· Utilização de produtos químicos (fertilizantes e defensivos);

· Introdução de novas tecnologias de plantio, irrigação e colheita;

· Produção massificada e padronizada de cultivos agrícolas.

Após o estabelecimento da agricultura moderna, seguindo os conceitos criados nos anos 40 e 50 e otimizados para os dias de hoje, chegamos a um nível de desenvolvimento tecnológico tão avançado, que já é possível controlar e automatizar diversas tarefas complexas envolvidas no processo de produção agrícola e que antes eram realizadas de maneira imprecisas ou incorretas.

A grande inovação da agricultura atual é a mudança de caracterização da propriedade rural. Antes considerada como algo homogêneo, hoje, as novas tecnologias permitem um novo olhar sobre as condições específicas de diferentes pontos dentro de uma mesma lavoura, promovendo diferentes planos de manejo pawera áreas delimitadas, reduzindo o desperdício de insumos e o trabalho desnecessário.

A utilização de sensores também surgiu como uma grande aliada no controle do manejo agrícola, possibilitando um incremento de máquinas agrícolas, por meio de instalações de equipamentos como monitores, sensores ópticos e de fluxo de sementes, favorecendo um manejo agrícola setorizado.

Há, também, os sensores responsáveis pela medição de condições atuais de cultivo, como os térmicos, elétricos, e outros, diretos e remotos, capazes de determinar índices de vegetação, além de situação atual de clima, irrigação e condições de solo de maneira rápida.

Por que vale a pena investir?

A agricultura de precisão está ganhando cada vez mais espaço no mercado mundial e brasileiro, tendo suas técnicas cada vez mais difundidas e barateadas. Ao contrário do que muitos produtores ainda pensam, não é necessário um grande investimento para iniciar uma implementação tecnológica no campo. Atualmente, já existem, no mercado, soluções para todos os tipos de produtores rurais, desde os grandes produtores até os produtores familiares, incluindo diversas ferramentas gratuitas, públicas e privadas, que já podem ajudar a digitalizar e automatizar a produção agrícola

A transformação tecnológica de uma propriedade rural é um processo que depende do ponto de partida de cada situação para estimar um tempo de implementação completa, o que pode desestimular alguns produtores no início, pois os resultados provenientes das técnicas de agricultura de precisão são graduais, podendo não gerar um grande lucro inicial e dependendo muito do interesse dos responsáveis pelas plantações em estimular seus subordinados a também participarem da modernização da fazenda.

Aos produtores rurais pacientes, que persistem na ideia de aumentar a tecnificação de sua propriedade e são capazes de introduzi-la na rotina da fazenda e de seus funcionários, naturalmente são recompensados com maiores taxas de produtividade, podendo alcançar níveis até 60% mais elevados, localização de pontos críticos, redução de gastos com mão de obra e insumos, além de todos os benefícios ambientais provocados por um manejo mais preciso.